A PACIÊNCIA DE DEUS

 


A PACIÊNCIA DE DEUS

 

TEXTO BÍBLICO: Êxodo 34:6-7

“Passando, pois, o SENHOR perante ele, clamou: O SENHOR, o SENHOR Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; Que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração.”

Introdução

A paciência de Deus é um aspecto profundo do Seu amor. Quando falamos da paciência de Deus, estamos lidando com um atributo que está diretamente ligado à sua misericórdia e graça. Deus é amor (1 João 4:8), e o amor é paciente (1 Coríntios 13:4). Assim, podemos afirmar que a paciência é uma manifestação do amor de Deus para conosco.

Naum 1:3 nos revela uma visão equilibrada da paciência e da justiça divina: “O SENHOR é tardio em irar-se, mas grande em poder e jamais inocenta o culpado...”. A paciência de Deus não é uma fraqueza, mas uma expressão da sua longanimidade, o que nos dá tempo para nos arrependermos. No entanto, não devemos confundir a paciência de Deus com negligência ou indiferença. Deus é justo e, no momento certo, exercerá sua justiça.

 

1. O que encontramos na Bíblia sobre a Paciência de Deus?

A Bíblia apresenta Deus como sendo "tardio em irar-se" e cheio de misericórdia. Um exemplo notável disso é encontrado em Isaías 48:9, onde Deus diz: “Por amor do meu nome, retardarei a minha ira e por causa da minha honra me conterei para contigo, para que te não venha a exterminar”. Deus retardou seu julgamento sobre Israel para cumprir Seus propósitos de redenção.

Se Deus tivesse exercido justiça imediata no momento do pecado, Israel teria sido exterminado, e o mundo jamais teríamos experimentado a salvação em Jesus, por meio da descendência de Abraão. A paciência de Deus em não aplicar o juízo imediatamente é o que permite que o plano de redenção se desenvolva ao longo da história, oferecendo-nos a chance de receber o perdão por meio de Jesus Cristo. Ou seja, se Deus aplicasse sua justiça sem paciência, isso resultaria na condenação de toda a humanidade. Assim, Deus exerceu sua paciência para poupar um povo temporariamente, a fim de que seu propósito salvador não fosse modificado.

O apóstolo Paulo é um exemplo claro da paciência de Deus em ação. Paulo, que perseguiu os cristãos, foi transformado pela longanimidade de Deus e se tornou um dos maiores pregadores do Evangelho (1 Timóteo 1:16). Esse exemplo nos mostra como a paciência divina permite transformação e redenção.

 

2. A Longanimidade de Deus: Tempo Para Arrependimento

A paciência de Deus está sempre atrelada à sua intenção redentora. Ela visa dar tempo ao pecador para se arrepender. Nos dias de Noé, Deus foi paciente e deu à humanidade 120 anos para se arrepender antes de enviar o dilúvio (Gênesis 6:3). No entanto, apenas Noé e sua família responderam à longanimidade divina.

Neemias 9:30 reflete essa mesma paciência: “Porém estendeste a tua benignidade sobre eles por muitos anos, e testificaste contra eles pelo teu Espírito, pelo ministério dos teus profetas; porém eles não deram ouvidos...”. Aqui vemos que Deus, mesmo diante da teimosia de Israel, continuou a estender misericórdia, esperando que se voltassem a Ele.

Deus faz o mesmo conosco. Sua paciência nos dá oportunidade para abandonar o pecado e buscar o arrependimento. Se Deus nos julgasse na primeira transgressão, nenhum de nós sobreviveria. Assim, cada dia de vida que temos é uma extensão da sua

 

3. Paciência Sem Arrependimento Perde Seu Efeito

Romanos 2:4 pergunta: “Ou desprezas tu as riquezas da sua bondade, e paciência, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus te conduz ao arrependimento?” A paciência de Deus não é apenas um adiamento do julgamento; é uma oportunidade para que nos arrependamos e voltemos para Ele.

Se, contudo, o pecador continuar resistindo, a paciência de Deus perde seu efeito. O Salmos 7:12-13 diz: “Se uma pessoa não se arrepende, Deus afia a espada, prepara o arco e o aponta; prepara as suas armas mortais e faz das suas setas flechas flamejantes.”. A paciência de Deus, portanto, não deve ser abusada. Ela tem um propósito claro: nos conduzir ao arrependimento e à transformação.

 

4. Usar a Oportunidade da Paciência de Deus

O apelo da paciência de Deus é sempre para o arrependimento. Isaías 55:6-7 nos adverte: “Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto...”. Isso nos lembra que a paciência de Deus não é um convite para continuar no pecado, mas sim uma janela de oportunidade para voltar a Deus.

Deus está sempre disposto a perdoar, mas Ele nunca força o arrependimento. O tempo que Ele nos dá é uma oportunidade para corrigirmos nossos caminhos e nos reconciliarmos com Ele. Cada minuto de nossa vida é um reflexo da sua longanimidade, um chamado para nos voltarmos a Ele enquanto ainda temos a chance.

 

5. A Paciência de Deus Tem Limite

Parece estranho dizer que algo em Deus possa ser limitado, uma vez que Ele é absolutamente infinito e ilimitado. Mas, embora Deus seja longânimo, Sua paciência não é infinita no sentido temporal. Ela tem um propósito e um prazo. A palavra grega makrothumia, usada nas Escrituras para "paciência", refere-se a uma longa – mas não infinita – tolerância ou resistência ao mal.

Em Gênesis 6:3, Deus afirma: “O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal.” Embora Deus, em sua bondade infinita, nos conceda tempo para arrependimento, e nos ofereça inúmeras chances de nos reconciliarmos com Ele, em algum momento, a paciência de Deus chega ao fim, e sua justiça é aplicada.

Deus fechou a porta da arca nos dias de Noé (Gênesis 7:16), marcando o fim da oportunidade de arrependimento para aquela geração. De igual modo, a morte marca o limite final para cada indivíduo, vindo depois disso o juízo (Hebreus 9:27).

Portanto, é perigoso e insensato abusar da paciência de Deus, achando que sempre teremos outra oportunidade. O próprio Jesus advertiu: “Louco! esta noite te pedirão a tua alma” (Lucas 12:20).

 

Conclusão

A paciência de Deus é uma expressão de Sua infinita misericórdia, mas também carrega um apelo urgente ao arrependimento. Não podemos nos permitir adiar nossa resposta ao convite divino. Cada novo dia que nos é concedido reflete a longanimidade de Deus, mas devemos nos lembrar de que essa paciência tem um limite. Seja pela nossa morte ou pelo retorno de Cristo, o tempo da oportunidade para nos voltarmos a Ele eventualmente se esgotará.

Deus, em Sua bondade, tem sido incrivelmente paciente conosco, mas Sua longanimidade não é infinita. Ele nos oferece, por meio do sacrifício de Jesus, a chance de pagar a nossa dívida espiritual. Contudo, se não aceitarmos essa oferta, permaneceremos com uma dívida eterna que jamais poderemos quitar por nós mesmos.

Por isso, hoje, se ouvirmos a voz de Deus, não endureçamos nossos corações (Hebreus 3:15). Este é o momento ideal para responder à paciência divina com um arrependimento genuíno e sincero. Aproveitemos o tempo de graça que Ele nos concede para nos reconciliarmos com o Criador e garantirmos nossa comunhão eterna com Ele.

O chamado de Deus está diante de nós hoje. Sua paciência tem nos sustentado até este momento, mas não podemos presumir que o tempo sempre estará ao nosso favor. O Senhor nos chama com amor, esperando que cada um de nós volte-se para Ele com o coração quebrantado e arrependido. Não deixe para depois a decisão de se entregar completamente ao Senhor.

Se hoje você sente o peso da sua distância de Deus, saiba que Ele está de braços abertos, pronto para perdoar e restaurar. Não endureça o seu coração, não resista ao toque suave do Espírito Santo. Este é o momento de dizer "sim" ao chamado de Deus, de aceitar o perdão e a graça oferecidos através de Jesus Cristo.

Venha enquanto há tempo! Arrependa-se e volte-se ao Senhor, que é rico em misericórdia. Não deixe que a paciência divina passe sem que você tome a decisão mais importante da sua vida. Hoje é o dia da salvação. Não adie! Responda agora ao chamado de Deus, e experimente a transformação e o renovo que somente Ele pode trazer à sua vida.

Decida-se por Jesus!

E que Cristo, em sua infinita graça, nos abençoe sempre!

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