CONHECENDO O AMOR DE DEUS

 

CONHECENDO O AMOR DE DEUS

Texto Bíblico: Efésios 3.17-19

¹⁷para que Cristo habite em seus corações mediante a fé; e oro para que vocês, arraigados e alicerçados em amor, ¹⁸possam, juntamente com todos os santos, compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, ¹⁹e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus.

O amor de Deus é um tema do qual sempre ouvimos muito, e também muito falamos. Expressões como “Deus ama a todas as pessoas”, “Deus é amor”, “o amor de Deus é infinito, incondicional”, etc., são comuns e a todo momento alguém, de alguma forma, está se lembrando delas e se referindo ao grande amor de Deus, e o fato é que, talvez existam pouquíssimas pessoas neste mundo que não acreditam no amor de Deus.

De fato, essa é uma crença com fulcro nos ensinamentos bíblicos e do cristianismo, e a Palavra de Deus é categoricamente clara ao afirmar que Deus é amor.

Mas então, porque falar do amor de Deus? Porque um sermão para repetir o que todos já sabem, o que muitos e muitos autores já disseram, o que a Bíblia deixa inequívoco? Não seria desnecessário falar do amor de Deus? Isso já não é algo definido, inquestionável, intocável?

A questão, entretanto, não é essa e, talvez, esteja aqui o grande problema da humanidade em relação ao amor de Deus: o amor de Deus é mais do que uma afirmação genérica baseada nos ensinos religiosos e das sociedades teístas. O amor de Deus só faz sentido quando ele se aplica à minha e à sua vida, de forma direta e definitiva.

E é esse o ponto. É preciso dizer e compreender que o amor de Deus diz respeito a você, a cruz tem a ver com você, a graça é para você, a vida abundante é oferecida a você, e a vida eterna é uma oportunidade ímpar para você!

Por isso, nesta noite, faz-se necessário falar sobre o amor de Deus, sob o seu aspecto mais importante: Deus ama você.

Onde quer que o ser humano esteja, seja próximo de Jesus, como João, que se  deitava sobre o seu peito, ou longe, como o gadareno que estava na outra margem do mar da Galileia. O amor de Cristo sempre nos alcança.

E ser alcançado por esse amor é muito mais do que simplesmente repetir frases que se tornaram refrães sobre o amor de Deus. É compreender a sua essência na aplicabilidade pessoal desse amor. É experimentar o amor de Deus de tal forma que passamos a viver impulsionados por esse amor, passamos a ser sustentados por esse amor e nos tornamos totalmente dependentes desse amor.

O texto que lemos nos dá uma dimensão significativa do amor de Deus, e de sua abrangência, e traz algumas lições importantes para que eu e você compreendamos e saibamos, de uma vez por todas, que esse amor é para nós, e que podemos dizer sem sombra de Dúvidas: “Deus me ama!”.

Para conhecer o amor de Deus...

 

I – EM PRIMEIRO LUGAR, É PRECISO CONHECER JESUS

¹⁷para que Cristo habite em seus corações mediante a fé.

Não há outra forma de se conhecer o amor de Deus, se não por meio de Jesus. Não é possível ao ser humano experimentar a plenitude do amor de Deus, se Jesus não habitar em seu coração, mediante a fé.

E quando falamos de conhecer Jesus, falamos não simplesmente no sentido de saber quem Ele é, mas de experimentá-lo, de ter com Ele um relacionamento sólido e íntimo. A palavra “conhecer” no hebraico antigo (yo-day-ah) tem a ver com intimidade, com conhecer profundamente.

Conhecer o amor de Cristo significa, antes de mais nada, viver esse relacionamento de intimidade que só é possível para aqueles que se renderam a Ele. Você não será capaz de compreender o amor de Deus se não tiver experimentado um encontro transformador genuíno com Jesus.

Não é possível alcançar e ser alcançado pela dimensão infinita do amor de Deus sem ter experimentado a graça, que é fruto desse amor.

E talvez alguém possa dizer: “ah, mas eu conheço Jesus, eu frequento igreja desde criança, eu oro, eu tenho fé em Deus, etc., etc.”. Sim, frequentar uma igreja, orar, ler a Bíblia, crer em Deus, são algumas características de alguém que conhece Jesus, mas não são suficientes. Os sacerdotes do templo, nos dias de Jesus, liam a Bíblia todos os dias, passavam horas orando, jejuavam, frequentavam os cultos, mas seu coração estava totalmente longe de Deus. Tanto que em Mateus 26.59, lemos que até mesmo buscavam testemunhas falsas para usar no julgamento e assim terem condições de condenar Jesus à morte.

Conhecer Jesus de fato é ter experimentado a graça da salvação. A pergunta que responde inequivocamente a essa questão é: se eu partir deste mundo agora, neste momento, eu vou, sem nenhuma dúvida, passar a eternidade com Jesus?

Se a resposta é “sim”, você experimentou, de fato, a graça de Cristo, e o conhece verdadeiramente. Se há alguma dúvida, é preciso conhecê-lo. E esta noite é uma noite oportuna para isso. Renda-se a Cristo, para experimentar e conhecer o seu amor.

 

II – EM SEGUNDO LUGAR, É PRECISO FIRMAR A RAIZ

¹⁷para que Cristo habite em seus corações mediante a fé; e oro para que vocês, arraigados e alicerçados em amor...

Nenhuma planta é capaz de permanecer de pé se não estiver arraigada no solo. É a raiz que faz a ponte do sustento. É ela quem transmite os nutrientes do solo, que farão não só com que a planta viva, mas principalmente, que dê fruto.

Ninguém pode experimentar o amor de Cristo se não estiver enraizado nEle, se não estiver solidificado em sua graça, alicerçado em seu amor.

A falta de raiz traz consigo a dúvida, e a dúvida fecha os horizontes diante de nós. Pedro andou sobre as águas. O único humano, além de Cristo, que teve tal experiência. Mas Pedro não estava ainda enraizado, alicerçado no amor de Cristo. Seu relacionamento com Jesus ainda precisava crescer mais, se desenvolver mais. Sua fé ainda não era suficiente para tal experiência sobrenatural. E quando Pedro se vê longe demais do barco para voltar, e distante demais de Jesus para prosseguir, a dúvida inunda seu coração, e ele começa a afundar.

Muitas pessoas estão afundando nos mares dessa vida porque não estão enraizadas em Cristo. Não conseguem experimentar o amor verdadeiro do Pai, porque suas raízes são insuficientes para fazer essa ligação com Deus.

E preciso estar firmado. É preciso acreditar na Palavra de Deus. É preciso decidir, se posicionar contra as dúvidas, e contra o medo.

1 João 4:16 diz: “Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor. Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele.”

Acredite que o amor de Deus está em você! Acredite nesse amor, não duvide! Alimente sua raiz todos os dias por meio da Palavra de Deus e da oração. Sem raízes fortes, não seremos capazes de conhecer a maravilha do amor de Deus.

 

III – EM TERCEIRO LUGAR, É PRECISO COMPREENDER

¹⁸possam, juntamente com todos os santos, compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade...

Compreender as dimensões do amor de Deus é mais um aspecto do conhecer. Estamos a falar aqui de discernimento, de entendimento, de sabedoria, de compreensão. Compreensão essa que se dá por meio do relacionamento com Deus, mas também por meio do relacionamento com os irmãos.

Note como Paulo se preocupa em dizer “possam, juntamente com todos os santos, compreender”.

Embora o amor de Deus seja capaz de alcançar de forma individual a todas as pessoas, a compreensão desse amor precisa do coletivo para acontecer. Apenas os santos juntos, reunidos, em comunhão uns com os outros, podem chegar à compreensão das dimensões do amor de Deus.

E a igreja é fundamental nesse processo. É aqui que um cuida do outro, é aqui que trocamos experiências, que aprendemos e ensinamos. É aqui que percebemos que o irmão, assim como eu, é pecador e imperfeito, e que, apesar de suas falhas, não deixa de ser alvo do grande amor de Cristo.

Compreender o amor de Deus requer comunhão com a igreja. 1 Coríntios 14:26 diz: “Portanto, que diremos, irmãos? Quando vocês se reúnem, cada um de vocês tem um salmo, ou uma palavra de instrução, uma revelação, uma palavra em língua ou uma interpretação. Tudo seja feito para a edificação da igreja”.

Não abra mão da comunhão, não abra mão da caminhada. É fato que muitos nos decepcionam, mas também é fato que nós muitas vezes decepcionamos a muitos. E mesmo nessas fraquezas o amor de Cristo se manifesta, para que, juntos, nos fortaleçamos no amor.

 

IV – EM QUARTO LUGAR, É PRECISO ALCANÇAR O INALCANÇÁVEL

¹⁹e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus.

O último aspecto do amor de Deus é o sobrenatural, o infinito, o inatingível. ¹⁹e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus.

Meu querido irmão, as pessoas que vivem apenas os aspectos naturais do amor é porque não conheceram de fato o amor de Deus. O que Paulo está dizendo é que é possível conhecer o amor que excede todo o conhecimento.

Ora, se está acima do entendimento, como compreender? Se está acima do conhecimento, como conhecer?

1 Coríntios 2:9,10 diz: “Todavia, como está escrito: "Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam"; mas Deus o revelou a nós por meio do Espírito. O Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as coisas mais profundas de Deus”

O resultado do amor de Deus é o sobrenatural, o infinito, o impensável, o inalcançável, o inimaginável.

Quando o ser humano atinge esse grau de relacionamento com Deus, ele então sabe, de fato, o que o amor de Deus é. Davi compreendeu bem o amor de Deus. Ele afirma: “O teu amor é melhor do que a vida! Por isso os meus lábios te exaltarão” (Salmos 63:3).

O amor de Deus faz com que vamos para além do simplesmente existir ou sobreviver. O amor de Deus é a nossa própria essência.

 

CONCLUSÃO

O texto que lemos termina com uma expressão interessante: “¹⁹...sejam cheios de toda a plenitude de Deus”

Plenitude de Deus é o infinito do seu ser. É sua grandeza imensurável. É o todo da infinitude da sua essência.

Aquele que conhece o amor de Cristo torna-se cheio dessa plenitude. Em outras palavras, quando experimentamos o amor de Deus, somos cheios de sua essência.

E a essência de Deus é o amor. 1 João 4:8 diz que Deus é amor. Essa é a constituição do ser de Deus, sua essência. E Ele quer que sejamos cheios dessa plenitude, dessa essência. Ele quer que a manifestação desse amor sobre a sua vida seja infinita.

Creia no amor de Deus. Renda-se ao seu amor! Renda-se a Cristo em obediência e amor. Entregue-se a Ele, e experimente o verdadeiro amor!

E que Cristo, em sua infinita graça, nos abençoe sempre!