PAIS CURADOS – FILHOS ABENÇOADOS
PAIS
CURADOS – FILHOS ABENÇOADOS
Antes
dos anos de fome, Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om, deu a José dois
filhos. Ao primeiro, José deu o nome de
Manassés, dizendo: “Deus me fez esquecer todo o meu sofrimento e toda a casa de
meu pai”. Ao segundo filho chamou Efraim, dizendo: “Deus me fez prosperar na
terra onde tenho sofrido”. (Gn 41:50-52)
Hoje é
o dia dos pais. Recebemos homenagens, abraços, beijos, presentes, ligações,
mensagens... tudo isso é muito bom e alegra o nosso coração.
Ser pai
não é uma tarefa simples. Exige esforço, tempo, dedicação, suor... mas é uma
tarefa que faz toda a diferença na vida do ser humano.
A
presença de um pai na vida de uma criança é capaz de interferir de forma quase
definitiva no seu futuro, de sorte que, muitas crianças que crescem sem a
presença real de um pai, se tornam adultos cheios de dificuldades e conflitos,
com muitas marcas e traumas, alguns com sérias doenças emocionais, transtornos
cognitivos, transtornos comportamentais.
Sim, o
pai é fundamental. E não poderia ser diferente. Pai é plano de Deus, e todo
plano de Deus tem razão de ser.
Há
algum tempo as ciências da psique vem descobrindo e comprovando as vantagens da
presença de um bom pai na vida e no desenvolvimento humano. Tais benefícios iniciam-se
ainda na gravidez. O bebê que estabelece vínculo com o pai ainda no ventre, por
meio da presença, voz, toque, etc. tem melhor desenvolvimento cognitivo e
melhor aprendizagem.
A
presença do pai influencia no rendimento escolar, na formação do caráter e da
sexualidade, no comportamento, etc.
Filhos
que são criados com o envolvimento efetivo dos pais normalmente são mais
desenvolvidos em suas habilidades interpessoais, são mais autoconfiantes, e
vivem com maior sensação geral de bem-estar e segurança.
O
problema é que, além da triste realidade de que vivemos em uma sociedade que se
aprofunda cada vez mais no abandono dos valores fundamentais, o que diminui
cada vez mais a presença do pai no contexto familiar – e esse é um assunto para
um outro momento – ainda temos a realidade de muitas famílias onde há um pai, e
que muitas vezes tem até as melhores intenções, mas cuja atuação acaba por
influenciar negativamente no desenvolvimento dos filhos.
Em
outras palavras, de um número já reduzido de pais nas famílias, em geral, ainda
existe um grande número de pais que, mesmo querendo, não conseguem ser bons
pais, e isso por causa de feridas não
curadas, traumas, mágoas, ressentimentos e frustrações que carregam durante
toda uma vida.
Nesses
minutos que nos restam, eu quero me dirigir a cada pai presente, com o objetivo
de trazer, à luz da Palavra de Deus, a cura e o renovo para sua vida, a fim de
que, se você ainda não é um bom pai, que saia daqui hoje um homem moldado e refeito.
E se já é um bom pai, que saia daqui nesta noite ainda melhor, para o bem dos
nossos filhos e para a glória do nosso Deus.
Quando analisamos
os pais narrados na Bíblia, encontramos alguns que, de fato, se destacam, como
Jó, José, Jairo. Mas entre os grandes homens de Deus, encontramos vários
exemplos de pais que falharam em sua missão, e colheram frutos terrivelmente
amargos por causa de seus erros.
E por que esses homens tementes a Deus, patriarcas
de Israel, fracassaram tão drasticamente em sua missão como pais? Por causa das
dores não curadas de toda uma vida.
Abraão tem um
histórico de vida difícil. Ele é filho de Terá. Terá é pai de três filhos.
Abrão, Naor e Harã. Harã morreu ainda jovem (Gn 11.28) e Terá desgostou-se da
vida por perder o seu filho. Mudou-se de Ur com a família, incluindo Abraão,
com o objetivo de ir para Canaã. Mas no meio do caminho, acampou em uma
cidadela por nome Harã, o mesmo nome do seu filho morto (Gênesis 11.31). Ali
Terá desiste de seus planos e cede ao sofrimento, ficando preso à dor da perda
de seu filho, aprisionando também a sua família.
Abraão,
que estava nesse meio, sofria pela perda do irmão, pela dor do pai, pelo estado
diário de sofrimento da família, e viveu sob essa dor até ser chamado por Deus
para ser o patriarca de Israel.
Mas a
ausência do pai causa em Abraão muita insegurança e ansiedade. Por causa de sua
insegurança, Abraão mente a respeito de sua esposa, com medo de ser morto. Por
causa de sua ansiedade, Abraão se deita com a serva, para apressar o nascimento
de um filho, visto que achava que o tempo estava passando e poderia ser tarde demais.
Nasce
Ismael, e anos depois nasce Isaque.
Ismael
é preterido e mandado embora de casa juntamente com sua mãe. Isaque, mesmo preferido, cresce junto a
um pai inseguro e ansioso, e que até mentia por causa de sua insegurança.
Assim, Isaque torna-se também um homem inseguro, que também mente, e que também
esboça preferência por um dos filhos em detrimento do Outro.
Dos
filhos de Isaque, Esaú era o preferido. E essa preferência causou males
terríveis no coração de Jacó, que se tornou trapaceiro e mentiroso. Suas ações
o levaram a ter que fugir de casa.
Muitos projetos de pesquisa revelam que, embora
neguem com veemência, boa parte dos pais realmente tem um filho favorito. Não
pense por um momento que irmãos e irmãs não sabem qual criança é a favorita.
Jacó teve
12 filhos e uma filha. Sua terrível paternidade produziu uma família cheia de
enganos, estupros, assassinatos, arrependimentos, raiva, adultério e
desconfiança (Gênesis 30-31).
E
poderíamos citar vários outros exemplos aqui, como o de Davi que, por ser o
menor, não era adequadamente assistido pelo pai. Jessé fazia questão dos outros
filhos, porque eram guerreiros, soldados que iam à guerra, enquanto Davi, mesmo
ainda muito jovem para isso, ficava muitos dias e noites nos campos cuidando de
ovelhas, tendo que aprender a se proteger sozinho, sem a proteção e a presença
do pai.
Davi se
torna um grande rei, mas a ausência o pai na sua vida faz dele um pai
fracassado. Davi teve pelo menos 30
filhos e filhas. Sua família foi dominada pela morte, assassinato, incesto,
estupro, adultério e rebelião (1 Samuel 13). Davi era um pai negligente,
permissivo e ausente, além de polígamo. Infelizmente Davi tinha mais esposas e
concubinas do que tempo para cuidar dos filhos.
Desses
e outros exemplos podemos inferir, sem dúvidas que, a ausência de um pai na
vida do filho gera pessoas que se tornarão pais ausentes no futuro.
As
dores não curadas do passado de nós, pais, passarão para os nossos filhos em
forma de males, mesmo que nos esforcemos de todas as formas para ser o
contrário.
Se você tem dores não curadas do passado, saiba
que, mesmo sem querer, você está transmitindo isso para os seus filhos.
Mas a
boa notícia é que existe cura para tudo
isso. E a cura está acessível a todos aqueles que desejarem. Nós não
estamos condenados a transmitir para os nossos filhos os coisas ruins que nos sucederam.
Em
Cristo, há remissão e cura para todo erro e dor do passado.
O texto
bíblico que lemos fala de José, filho de Jacó. Ele também teve uma vida
difícil. Aliás, muito difícil. A vida de José foi um constante sofrimento. Mas
José tinha um diferencial. Ele buscou em Deus a cura para todas as dores do seu
passado.
O texto
diz: Antes dos anos de fome, Azenate,
filha de Potífera, sacerdote de Om, deu a José dois filhos. Ao primeiro, José deu o nome de Manassés,
dizendo: “Deus me fez esquecer todo o
meu sofrimento e toda a casa de meu pai”. Ao segundo filho chamou
Efraim, dizendo: “Deus me fez prosperar na terra onde tenho sofrido”. (Gn
41:50-52)
“Deus
me fez esquecer”. Foi Deus, não José, quem agiu. Foi Deus quem curou o coração
ferido de José. Foi Deus quem sarou todas as dores das humilhações, do
abandono, da traição, da ausência do pai, da falta de proteção, da escravidão,
das chicotadas, das injustiças... tudo aquilo que deixou marcas profundas no
coração de José foi sarado pelo Senhor.
Quais
feridas você traz no seu coração, da sua história de vida? Jesus quer curar
todas elas hoje, para que você saia daqui uma nova criatura em Cristo,
totalmente restaurado e sarado.
O Deus
que fez José esquecer dos sofrimentos, é o Deus que quer fazer você esquecer
toda a dor do passado hoje, em nome de Jesus.
Mas
José tem um segundo filho. O texto diz que “Ao
segundo filho chamou Efraim, dizendo: ‘Deus me fez prosperar na terra onde
tenho sofrido’ ”
Após a cura vem a prosperidade. Após a cura vem a
vitória. Após a cura vem a alegria!
Primeiro
foi necessário José ser curado de todas as suas dores, para em seguida ser
próspero e vitorioso.
Ninguém
é capaz de prosperar totalmente quando há feridas abertas na alma.
Se José
não fosse curado por Deus, ao rever seus irmãos, ele teria se vingado, e com
toda razão de todos os males sofridos.
Ele
viveria com esse sentimento de vingança, mas jamais encontraria a paz.
A cura
precede a prosperidade. José e sua família só conseguiram prosperar no Egito
porque José teve sua alma lavada por Deus.
Acredite,
o único caminho para termos filhos emocionalmente e espiritualmente saudáveis é
sermos pais emocionalmente e espiritualmente curados.
Quais são as dores que você ainda carrega em seu coração? Quais os
traumas que você sofreu na infância, adolescência e juventude, e que ainda
carrega as marcas hoje, que ainda te incomodam quando você se lembra?
Jesus quer te curar de todos eles
nesta noite. Existem pelo menos sete feridas emocionais que normalmente duram
por toda a vida, se não forem curadas por Jesus. Às vezes conscientemente nem
nos lembramos delas, mas nesses casos, podemos identificá-las através dos
sintomas:
1. Medo do abandono – Você alguma vez já
teve medo de ser abandonado pelos seus pais quando criança? Sentia insegurança
em relação ao amanhã?
Sintomas:
Adulto inseguro e emocionalmente dependente. Pode ser solitário e ter
dificuldades para fazer amigos.
2. Rejeição – Você já foi rejeitado? Pelo
pai, pela mãe, ou por alguém em quem confiava? Muitas pessoas foram rejeitadas
ainda no ventre, e não sabem disso, mas os males da rejeição estão em suas
vidas:
Sintomas:
são pessoas que sentem-se inferiores aos outros em vários ou até em todos os
aspectos da vida. Têm dificuldade de se alegrar ou de se sentir satisfeitos com
suas conquistas, e por isso, têm dificuldades de relacionamento.
3. Violência – Brigas, insultos, ataques de raiva que fogem
ao controle, castigos exagerados, espancamento. Esses traumas se formam quando
a criança é vítima e mesmo que não seja, quando ela presencia essas situações
no seio familiar. Pessoas com essas marcas ficam desestabilizadas
emocionalmente.
Sintomas:
A criança cresce tendo como referência esses abusos e há grandes chances de repetir esses comportamentos na vida
adulta, em seus relacionamentos.
4. Injustiça – Nosso senso de justiça é
construído na infância. Crianças que sofrem ou presenciam injustiças como o
favoritismo entre irmãos, repreensão e castigos por erros que não cometeram,
entre outras coisas geram feridas longas e profundas.
Sintomas: Pessimismo.
Vítimas de injustiça esperam inconscientemente o destrato por parte de todos. Elas
só acreditam no pior, pois essa é a realidade de suas vidas. Pessoas assim
dificilmente conseguem construir relacionamentos duradouros e sólidos.
5.
Humilhação
– As humilhações podem acontecer de várias maneiras. Desde o bulliyng até um
ambiente familiar não saudável. Abusos verbais, emocionais e sexuais também são
formas de humilhação.
Sintomas:
A humilhação fere a autoestima, formando pessoas tristes e ansiosas, com pouca
ou nenhuma ambição e motivação. Pessoas que foram humilhadas e abusadas perdem
a capacidade de dizer não, de se posicionar, e de confiar em suas
potencialidades. Podem ser pessoas inteligentíssimas, mas têm dificuldade de
produzir. Também tendem a repetir o comportamento abusivo, abusando de outros.
6. Traição – A traição se dá de muitas
maneiras, mas especialmente nas promessas não cumpridas, como “se você tirar
boas notas, vai ganhar um prêmio”. E as notas chegam, mais o prêmio não.
Parecem inofensivas mas são traições altamente prejudiciais, que causam
frustração e ferem as expectativas de vida da criança.
Sintomas:
Dificuldade de confiar e de acreditar, ceticismo, incredulidade.
7. Medo – O medo é natural, e na medida certa,
até saudável. Mas a forma como ele é tratado pode causar males terríveis.
Quantas crianças foram obrigadas a dormir no escuro mesmo tendo medo do escuro
porque isso era “frescura”? E além dos traumas causados pelos próprios medos,
ainda há as dores do que decorre disso, como ser taxado de covarde, medroso, frouxo,
etc.
Sintomas:
indiferença, dificuldade de manifestar empatia, de se importar com os outros.
Se você se lembra de ter sofrido
qualquer desses traumas, ou mesmo não se lembrando, consegue identificar qualquer
um desses sintomas, você precisa de cura.
E nesta noite Jesus quer curar
você. Salmos 103.3,4 diz que “É ele que perdoa todos os seus pecados e
cura todas as suas doenças, que resgata a sua vida da sepultura e o coroa de
bondade e compaixão”
Se você precisa de cura, esse é o momento. Apresente a sua
dor a Jesus agora, enquanto oramos, e seja curado, em nome de Jesus.
E que Cristo, em sua infinita graça, nos abençoe sempre!
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