O SIGNIFICADO DA RESSURREIÇÃO
O SIGNIFICADO DA
RESSURREIÇÃO
Texto: 1 Coríntios 15:1-11
1Irmãos,
quero lembrar-lhes o evangelho que lhes preguei, o qual vocês receberam e no
qual estão firmes. 2Por meio deste evangelho vocês são salvos, desde
que se apeguem firmemente à palavra que lhes preguei; caso contrário, vocês têm
crido em vão. 3Pois o que primeiramente lhes transmiti foi o que
recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, 4foi
sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, 5e
apareceu a Pedro e depois aos Doze. 6Depois disso apareceu a mais de
quinhentos irmãos de uma só vez, a maioria dos quais ainda vive, embora alguns
já tenham adormecido. 7Depois apareceu a Tiago e, então, a todos os
apóstolos; 8depois destes apareceu também a mim, como a um que
nasceu fora de tempo. 9Pois sou o menor dos apóstolos e nem sequer
mereço ser chamado apóstolo, porque persegui a igreja de Deus. 10Mas,
pela graça de Deus, sou o que sou, e sua graça para comigo não foi em vão;
antes, trabalhei mais do que todos eles; contudo, não eu, mas a graça de Deus
comigo. 11Portanto, quer tenha sido eu, quer tenham sido eles, é
isto que pregamos, e é isto que vocês creram.
INTRODUÇÃO
Os cristãos do mundo inteiro
estão comemorando hoje a Páscoa. A Páscoa é um momento lindo da igreja do
Senhor Jesus. É a celebração não de um Cristo morto na sexta-feira, humilhado,
pregado em uma cruz, motivo de vergonha, de zombaria, mas um Cristo ressurreto,
vivo, poderoso e pleno.
Hoje, comemoramos a vida. A vida
Eterna que foi conquistada na cruz por volta das três da tarde da sexta-feira
da paixão, e consolidada no domingo, antes do amanhecer, quando Ele ressuscitou
dos mortos. Vida que foi paga a algo preço, e oferecida gratuitamente a todos
aqueles que aceitam esse sacrifício como substitutivo legítimo da condenação
que recai em todos quantos pecaram, ou seja, todos nós.
Por meio da morte de Jesus, todos
nós que aceitamos sua graça morremos também, e por meio de sua ressurreição,
ressurgimos com Ele, para a vida eterna, e esse dom gratuito de Deus está
disponível a todos aqueles que o recebem. E é essa vida que comemoramos hoje.
O texto que lemos é um memorial
que Paulo propõe aos Coríntios sobre esses acontecimentos. Ele relembra esse
sentimento de vitória que nós temos todas as vezes que comemoramos a Páscoa. Sentimento
vivido por todos aqueles que acompanharam de perto tudo o que aconteceu com o
Mestre.
De repente, logo depois da última
Ceia, na noite de quinta-feira (no nosso calendário. Isso porque, para os
judeus, o dia terminava com o pôr do sol, quando o outro iniciava,
automaticamente. Assim, no calendário dos judeus, já era o quinto dia da semana),
Jesus vai para o monte das oliveiras com seus discípulos, e então começa o seu
martírio.
Primeiro com a incapacidade de
seus discípulos de orarem com Ele; depois com a traição de Judas e sua prisão;
depois, a noite inteira sendo torturado; em seguida o julgamento inacabado por
Pilatos; posteriormente o julgamento inacabado por Antipas; em seguida, o “lavar
as mãos” de Pilatos e a condenação pelo seu próprio povo; e por fim a
crucificação.
Aqueles que andavam com Jesus, os
que o seguiam de fato, estavam desolados, tristes, com sentimento de derrota.
Eles assistiram tudo. Eles viram Jesus sendo morto, sendo retirado da cruz e
sendo sepultado. Eles viram tosos os seus sonhos e esperanças sendo levados junto
com o corpo do Mestre para aquela sepultura.
Naquela Páscoa eles não comeram o
cordeiro. Não houve celebração. Houve choro e muita dor. Dor que durou até o
terceiro dia. Em alguma hora entre o pôr do sol do sétimo dia e o nascer do sol
do primeiro dia da semana, Ele pisou definitivamente na cabeça da serpente, e
esmagou satanás de uma vez por todas.
Ao amanhecer, algumas mulheres
foram procurá-lo na sepultura, mas Ele não estava lá. Elas encontraram o túmulo
vazio e um anjo, um mensageiro de Deus, que disse a elas a frase mais
importante do cristianismo: “Por que vocês estão procurando entre os mortos
aquele que vive? Ele não está aqui! Ressuscitou” (Lucas 24:5,6).
Eu posso imaginar a explosão das emoções
lutando contra a razão naquele momento. O que significam essas palavras? Como
assim, ressuscitou? Nunca ninguém ressuscitou antes. Sim, algumas pessoas já
haviam voltado à vida antes. Há vários relatos de ressurreição na Bíblia, mas todos
eles aconteceram por meio da intervenção de alguém que, invocando o poder de
Deus, foram ouvidos e fizeram com que o morto voltasse à vida. Mas alguém
voltar dos mortos por si só, sem nenhuma interferência externa, não havia
nenhum relato.
O que significavam essas palavras?
O que significa a ressurreição de Jesus? O que isso causou na vida daquelas
pessoas? O que isso muda em nossas vidas?
I – EM PRIMEIRO LUGAR, A
RESSURREIÇÃO DE JESUS TRANSFORMA EM VIDA TUDO QUE SE PARECE COM A MORTE
Paulo afirma que Jesus morreu,
segundo as escrituras, e foi sepultado (versículos 3 e 4). A cruz era símbolo
da vergonha, da marginalidade. No sistema penal romano, a pena de morte por
crucificação era, prioritariamente, destinada aos escravos rebeldes e a todos aqueles
que se rebelavam contra a soberania imposta pelos ditames opressores do
império. Em resumo, todos aqueles que, de alguma forma atentassem contra o imperador,
ou contra Roma, poderiam ser condenados à cruz. Logo, a cruz era um símbolo da rebeldia,
da rebelião. E aprendemos na Palavra de Deus que pecado é justamente a rebelião
contra Deus. Logo, espiritualmente, a cruz simbolizava o pecado.
A sepultura significa a morte, o
fim de uma existência. O fim de sonhos, de planos, de relacionamentos, o fim de
tudo. O estado derradeiro e irreversível de uma pessoa.
A ressurreição de Jesus, contudo,
vem dar um novo sentido a tudo isso. A cruz, que antes simbolizava o pecado, a
rebelião, depois que teve o Cristo, o Deus encarnado, derramando sobre ela o
seu sangue, depois que abrigou por algumas horas o Filho de Deus, passou a
significar esperança. Hoje a cruz é um lembrete não do pecado, mas do amor de
Deus pela humanidade. A cruz hoje significa justiça, graça, perdão. Muitos a
utilizam como uma joia pendurada ao pescoço, muitas igrejas a utilizam como
logotipo, como marca de que existe esperança.
Jesus transformou a morte em
vida, o pecado em perdão, a rebelião em esperança.
O túmulo também passou por
transformações. Se antes ele era o estado final da existência humana, ao
abrigar o Filho de Deus ele se torna uma porta de passagem para uma nova vida.
Após Jesus, o túmulo não é mais o fim, mas o começo de uma vida que jamais terá
fim. É a vida Eterna que Ele oferece por meio de sua morte e ressurreição.
A ressurreição de Jesus significa
que o poder de satanás, de matar, roubar e destruir foi vencido pelo poder da
vida eterna e da vida abundante e que onde antes só reinava a dor e o desespero,
hoje imperam a esperança e a vida.
Jesus ressuscitou, e sua ressurreição
significa transformação. Ele veio pra transformar a ansiedade em fé, o medo em
confiança, Ele veio para transformar a tristeza em regozijo, a dúvida em
certeza, a morte em vida, a condenação em salvação.
II. EM SEGUNDO LUGAR, A
RESSURREIÇÃO DE JESUS FAZ BROTAR A ESPERANÇA NO CORAÇÃO CHEIO DE INCERTEZAS
5e apareceu a
Pedro e depois aos Doze. 6Depois disso apareceu a mais de quinhentos
irmãos de uma só vez, a maioria dos quais ainda vive, embora alguns já tenham
adormecido. 7Depois apareceu a Tiago e, então, a todos os apóstolos;
8depois destes apareceu também a mim, como a um que nasceu fora de
tempo.
As palavras do anjo às mulheres
foram bonitas, cheias de esperança, mas não eram suficientes. Era necessário
que o próprio Messias se apresentasse vivo para confirmar que realmente Ele era
o dono da vida.
Logo após sua ressurreição, Ele aparece
a Maria Madalena (Mc 16.9), depois a Pedro, depois aos discípulos, e depois a
mais de quinhentas pessoas. Era preciso que muitos testemunhassem, para que a
esperança de todos fosse renovada.
Eu fico imaginando as pessoas
ouvindo essas quase seiscentas testemunhas afirmando que viram Jesus, que
estiveram com Ele, pregando o Evangelho da ressurreição, o Evangelho da cruz
vazia, o Evangelho da derrota da morte e da vitória da vida. Fico imaginando o
que elas sentiram quando ouviram tantas pessoas afirmarem com toda convicção e
certeza de que Jesus havia se levantado dos mortos. O sentimento de renovo, de
esperança, de vida inundou aqueles corações.
Elas haviam depositado toda sua
confiança em Jesus, e depois de sua morte estavam totalmente perdidas, sem
rumo, cheias de incertezas. Mas agora, com a notícia pregada por tantas pessoas
idôneas e que afirmavam convictas de que Ele estava vivo, a esperança voltava a
brotar em seus corações.
A notícia do Cristo Vivo vem para
fazer brotar a esperança em nossos corações. Nesta noite, quando comemoramos a
Páscoa do Senhor Jesus, temos a oportunidade de renovar nossa esperança de que,
independentemente do rumo que este mundo anda tomando, independentemente de as
coisas parecerem piorar a cada dia, há esperança para aqueles que descansam em
Cristo! Há esperança para aqueles que acreditam na mensagem da cruz; há
esperança para aqueles que decidem confiar na sua Palavra e confiam a Ele as
suas vidas. Há esperança para aqueles que o recebem como único Salvador e
Senhor.
Há esperança para você nesta
noite de celebração! Porque Ele ressuscitou, podemos ter esperança; “porque
Ele vive, posso crer no amanhã!”
Em contraste, Jesus disse:
"Eu vim para trazer a vida, e vida abundante, para mostrar-lhe como viver,
para lhe trazer esperança e alegria e paz e amor, para dar-lhe uma razão para
viver”.
III. EM TERCEIRO LUGAR, A
RESSURREIÇÃO DE JESUS ABRE AS PORTAS DA SALVAÇÃO PARA TODOS OS QUE QUISEREM
8depois destes
apareceu também a mim, como a um que nasceu fora de tempo. 9Pois sou
o menor dos apóstolos e nem sequer mereço ser chamado apóstolo, porque persegui
a igreja de Deus.
Paulo é um homem consciente de
sua condição. Ele sabe como viveu, como pecou, como perseguiu a igreja de
Jesus. Ele sabe todo o mal que causou. Ele tem as suas mãos cheias de sangue de
cristãos. Ele entrava pelas casas e arrastava homens e mulheres cristãos, e os
prendia (At 8.3), ele chicoteava cristãos e os obrigava a blasfemar sob tortura
(At 26.11), ainda que não haja relatos de que ele tenha matado cristãos com
suas próprias mãos, ele consentia ou autorizava que fossem executados.
Paulo sabia do seu passado, e de
sua indignidade. Em 1Tm 1.15 ele chega a dizer que é o principal dos pecadores.
Mas aqui no texto que lemos ele afirma que Jesus também apareceu a ele.
Sim, Jesus não se vingou de Paulo
por causa de seu passado perseguidor. Ao contrário, Ele veio trazer perdão e
esperança. Ele veio buscar e salvar o que se havia perdido. E houve salvação mesmo
um Paulo tão pecador; houve salvação mesmo para um Zaqueu tão desonesto; houve
salvação mesmo para uma mulher adúltera; houve salvação mesmo para uma Maria
Madalena que estava possuída por sete demônios; houve salvação mesmo para um
Edilson cheio de pecados os mais terríveis. E da mesma forma, há salvação para
você, não importa quantos e o quão terríveis tenham sido os seus pecados.
“porque onde abundou o
pecado, superabundou a graça!” (Rm 5.20).
Paulo vai afirmar, neste mesmo
capítulo 15de 1Coríntios, nos versículos 55 a 57: "Onde está, ó
morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?" O aguilhão da
morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus, que nos dá a
vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.
É isso que a ressurreição de
Jesus fez. Derrotou definitivamente a morte e abriu a porta da graça para todos
aqueles que se entregam a Cristo. Todos agora podem desfrutar da vida em Jesus.
Todos os que, definitivamente, crerem no seu poder salvador.
"Porque Deus tanto
amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não
pereça, mas tenha a vida eterna (João 3:16)
CONCLUSÃO
A Páscoa é a festa mais linda dos
cristãos. É o momento de celebrar a vida. É o momento de celebrar o Senhor
Jesus ressuscitado, vivo, glorioso, poderoso para fazer infinitamente mais do
que pedimos ou pensamos, segundo o seu poder que opera em nós (Ef 3.20).
Mas ela não vai fazer sentido se
você não reconhecer que quem deveria estar naquela cruz era você e não Jesus.
Ela não vai fazer nenhum sentido se não houver o reconhecimento de que somos
pecadores miseráveis e que carecemos urgentemente dessa graça salvadora, para
transformar nossa condição de condenados em salvos.
Neste momento, eu te convido a
fazer uma reflexão. Você já reconhece o tamanho do sacrifício de Jesus por nós
na cruz? Você faz ideia do quanto isso significa para a humanidade?
Nesta noite Cristo está te
convidando a entregar seu coração a Ele, a receber esse presente, essa graça
que Ele oferece, a recebê-lo como Salvador e Senhor de sua vida. Esta é a hora,
este é o momento. O convite está feito, a mesa está posta. O presente está
disponível. Você só precisa estender a sua mão e receber.
Então, levante sua mão, receba a
graça, receba a salvação em Cristo, em nome de Jesus.
E que Cristo, em sua infinita
graça, nos abençoe sempre!
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