UMA SÓ CARNE - INTEIREZA E COMPLEMENTARIDADE
UMA SÓ CARNE - INTEIREZA E COMPLEMENTARIDADE
Texto:
Gênesis 2:18,24
Então
o Senhor Deus declarou: "Não é bom que o homem esteja só; farei para ele
alguém que o auxilie e lhe corresponda". Por essa razão, o homem deixará
pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne.
INTRODUÇÃO:
O casamento
sempre esteve presente na história humana. Desde Adão e Eva, ele faz parte do
curso natural da vida em praticamente todas as culturas e credos. Normalmente é
feito no âmbito religioso e também no âmbito legal, visando principalmente a
perpetuação da espécie humana, bem como a produção de riqueza e proteção dos
bens.
Aliás, até
mesmo a nossa Constituição protege o casamento, dizendo que “Art. 226, §
3º. Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o
homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão
em casamento”.
Quando duas
pessoas resolvem se casar, ou se tornar uma só carne, elas se dispõem a cumprir
o maior plano de Deus para a humanidade, a união entre um homem e uma mulher.
Duas pessoas diferentes, vindas de escolas de vida diferentes, com costumes
diferentes, crenças diferentes, visão de mundo diferente, unindo-se para
constituírem uma nova família, e para viverem juntas pelo resto de suas vidas,
mesmo com todas as suas diferenças, normalmente acreditando que o outro virá a
ser o seu complemento, a sua “cara-metade”, etc.
E aqui entram
dois conceitos de uma só carne que eu gostaria de conversar com você nesta
noite, e que constituem o plano original de Deus para o ser humano:
I. COMPLEMENTARIDADE
e o da INTEIREZA.
E o que é
complementaridade e inteireza no relacionamento? Para entendermos esses conceitos,
precisamos primeiramente compreender o propósito de Deus para o relacionamento
de uma só carne.
O texto de
Gênesis 2.18 que nós lemos fala desta complementaridade: Então o Senhor
Deus declarou: "Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que
o auxilie e lhe corresponda".
Em algumas
traduções mais antigas você encontra a expressão: “far-lhe-ei uma
auxiliadora que lhe seja idônea.
Quando
estudamos na Palavra de Deus a maneira como Deus formou a mulher, percebemos
exatamente o que Deus pretendia com o casamento, com o relacionamento de uma só
carne.
Adão era um ser
completo e inteiro, criado à imagem e à semelhança de Deus (Gn 1.27). Isso
significa que Adão tinha a natureza de Deus. E qual é a natureza de Deus?
1João 4.8 diz
que “aquele que não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor”.
Assim, ao criar
o ser humano à sua imagem e semelhança, Deus simplesmente programou o homem
para amar. E amar como ele, incondicionalmente.
Para criar a
mulher, a Bíblia diz que “Então o Senhor Deus fez o homem cair em
profundo sono e, enquanto este dormia, tirou-lhe uma das costelas, fechando o
lugar com carne. Com a costela que havia tirado do homem, o Senhor Deus fez uma
mulher e a trouxe a ele.” ( Gn 2:21,22).
Em outras
palavras, o que Deus fez foi primeiro tornar Adão incompleto, tirar uma parte
dele. E não foi uma parte qualquer. Foi uma costela. As costelas servem
principalmente para proteger os nossos órgãos mais vitais, e para auxiliar a
coluna na sustentação do corpo.
Assim, ao
retirar uma costela de Adão, simbolicamente Deus o deixa incompleto, vulnerável
e frágil.
E a única forma
de se tornar completo novamente, é unindo-se a uma mulher, em um relacionamento
de uma só carne. Esse é o conceito de COMPLEMENTARIDADE.
Desde sua
criação, o homem e a mulher, sozinhos, são incompletos, e dependem um do outro
para se complementarem.
Ao se unirem
por meio do casamento, homem e mulher que, antes estavam incompletos, agora se
complementam em um só ser, um só corpo, uma só pessoa, formada de duas partes
complementares. Isso se chama INTEIREZA.
Assim, para ser
inteiro novamente, o ser humano precisa ser complementado, e essa
complementação se dá quando nos casamos.
Associando essa
inteireza, essa complementação, à natureza de Deus, que estava presente em Adão
e Eva, nós temos a definição do plano perfeito de Deus para o casamento:
Duas
pessoas se dando ativamente um ao outro, vivendo para o outro, preferindo o
outro e fortalecendo um ao outro, criando uma unidade (uma só carne)
exponencialmente mais forte do que cada um individualmente.
Mas há uma
segunda lição importante que precisamos aprender a respeito dessa inteireza e
complementaridade. É que, no relacionamento de uma só carne, a inteireza e a
complementaridade precisam se dar nos
três aspectos da constituição humana: corpo, alma e espírito.
II. INTEIREZA
E COMPLEMENTARIDADE NOS TRÊS ASPECTOS DO SER HUMANO: CORPO ALMA E ESPÍRITO
Uma outra
característica da natureza de Deus, é que Deus nos fez tal como ele é no que
diz respeito à forma de ser: Nosso Deus existe triunamente, ou seja, em três
pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. E essa tricotomia foi comunicada a
nós quando fomos criados. Assim, o pai nos fez seres formados de três partes:
Corpo, Alma e Espírito. Que o próprio Deus da paz os santifique
inteiramente. Que todo o espírito, alma e corpo de vocês seja conservado
irrepreensível na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo (1 Tessalonicenses 5:23)
Quando Adão e
Eva são criados, e entregues um ao outro como complementares, ao se unirem em
uma só carne, eles se tornam um inteiro perfeito. Ou seja, por meio do
casamento, eles alcançam a unidade nessas três partes:
Unidade no
corpo.
Unidade na
alma.
Unidade no
Espírito.
A unidade no
corpo, ou seja, ser uma só carne fisicamente, é mais fácil de
compreendermos. Isso se dá literalmente no ato sexual, quando homem e mulher se
completam literalmente.
A unidade da
alma, entretanto, não é tão simples assim, mas é exatamente ela que nos
possibilita sermos um, tanto fisicamente, quanto espiritualmente.
O que é a
nossa alma?
Alma é uma
parte nossa que, tal como o Espírito, é sobrenatural. É na nossa alma que estão
armazenadas as nossas informações, desde as fundamentais até as mais recentes
memórias. É na alma que se encontram as nossas emoções, nossos sentimentos; na
alma está contida nossa capacidade de raciocinar, nossa personalidade e a nossa
vontade.
Gênesis 2.25
diz que Adão e Eva estavam nus, e não se envergonhavam. Esse estar nu é mais do
que estar simplesmente sem roupas. Significa que a alma de Adão e a alma de Eva
também estavam nuas, e por isso o texto diz que não se envergonhavam.
Em outras
palavras, Adão e Eva eram totalmente transparentes um diante do outro, puros,
sem máscaras, sem nada a esconder, sem nenhum sentimento de vergonha um para
com o outro, sem nenhuma confusão.
Eles
compartilhavam dos mesmos sentimentos, dos mesmos sonhos, dos mesmos objetivos.
Não escondiam absolutamente nada um do outro, e essa transparência não era
motivo para divisões. Ao contrário, os unia cada vez mais.
Agora soma-se a
toda essa transparência na alma, o fato da natureza de Deus, ou seja, o amor,
que sempre põe o outro em preferência, estar presente em ambos, e tente agora
imaginar o tamanho da força dessa união.
Tão fortes se
tornaram ao serem feitos uma só carne que, antes, Adão, sozinho, havia recebido
a tarefa de cultivar e guardar de o jardim (Gn 2.15). Agora, feitos uma só
carne, em corpo, alma e espírito, a tarefa do casal de uma só carne era de
encher e dominar toda a terra (Gn 1.28).
A unidade no
Espírito
Malaquias
2:15 diz: Não foi o Senhor que os fez um só? Em corpo e em espírito eles lhe pertencem.
E por que um só? Porque ele desejava uma descendência consagrada. Portanto,
tenham cuidado: Ninguém seja infiel à mulher da sua mocidade.
A unidade do
espírito se dá quando, através de um encontro genuíno com Jesus, nos tornamos
participantes do corpo de Cristo. Ao se tornarem uma só carne também na alma,
homem e mulher compartilham dos mesmos objetivos, e portanto, rendem-se, servem
e adoram ao mesmo Deus, o que os torna um também espiritualmente.
III – O
PECADO
Mas, então, o
que está faltando? Porque os casamentos não são essa maravilha que está posta
no plano inicial de Deus para a união a 2?
Quando satanás
percebeu a força que havia no relacionamento de uma só carne do ser humano, ele
descobriu que não teria poder contra o casal, e assim, o seu plano de perverter
a criação de Deus como um todo não lograria êxito.
Atacar o casal
de uma só carne seria inútil. Eles se complementavam e formavam uma unidade
perfeita, blindada, intransponível.
Assim, só havia
uma possibilidade. Destruir o aspecto de uma só carne que os unia física e
espiritualmente. A alma. Se a característica principal do homem e da mulher era
de um completar o outro, de viver para o outro, de preferir ao outro, foi aí
que satanás estruturou seu plano: convenceu Eva a parar de viver para Adão por
um único instante, e olhar só um pouquinho para si mesma.
Quando a
mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos e,
além disso, desejável para dela se obter discernimento, tomou do seu fruto, comeu-o
e o deu a seu marido, que comeu também. (Gênesis 3:6)
Assim, ela pela
primeira vez, satisfez um desejo próprio, o de provar daquele fruto. E Adão, de
igual modo, acompanhou sua esposa, satisfazendo a sua própria carne, e também
comendo do fruto.
A partir desse
momento, a palavra “Eu” começa a aparecer na Bíblia (Gn 3.10). Até então, nem
mesmo Deus havia usado esse pronome.
O pecado
quebrou a unidade na alma, e agora passaram a ter vergonha um do outro.
Fisicamente, se cobriram (Gn 3.7), na alma, se confundiram (Gn 3.12), e no
espírito, se esconderam de Deus (Gn 3.8).
De todo o
propósito de unidade, corpo, alma e espírito, que Deus havia planejado para o
casal, sobrou agora apenas a unidade física.
Mas como não
existe mais unidade na alma e nem no espírito, a união física fica
enfraquecida, e por isso o sexo começou a ser deturpado e banalizado.
Adultério,
poligamia, concubinato, sexo descompromissado, homossexualidade, divisão,
divórcio, e uma série de outros pecados surgem para, cada vez mais, separar o
homem e a mulher, mantendo-os, mesmo que casados, distantes um do outro e, por
consequência incompletos e infelizes.
E para tentar
amenizar esse sentimento de solidão, satanás cria o conceito de independência.
Hoje, desde cedo somos ensinados e
bombardeados com informações de que homens e mulheres não dependem um do outro.
Você deve estar
familiarizado com palavras como: independência, autonomia, autoestima,
liberdade, empoderamento, entre outras que, se utilizadas no contexto do
plano satânico de corrupção e destruição da família, têm um efeito devastador
na vida das pessoas.
Com isso, hoje
as pessoas começam a procurar alguém que as satisfaça, e não alguém para
satisfazer. Por isso é que o sexo antes do casamento é tão pregado e tão comum
hoje. Porque no conceito do mundo, é preciso que o outro me satisfaça, então,
vou testando com um e outro, com uma e outra, até encontrar quem me realize.
Quando se
casam, depositam um no outro uma responsabilidade impossível. O outro recebe a
responsabilidade de me completar.
Interessante
que o plano de completude e complementaridade ainda estão lá, pois os planos de
Deus não podem ser frustrados. Mas a inversão dos valores deturpa os
resultados.
Agora eu me
caso para ser completado, e não para completar. Eu me relaciono para ser
realizado, e não para realizar. Eu vivo a dois para ser feliz, e não para fazer
feliz.
Tudo está
centrado no eu!
IV. A REDENÇÃO
Colossenses
1:19,20: Pois foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude, e por
meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra
quanto as que estão no céu, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz.
Jesus veio para
restaurar o relacionamento original de Deus com o homem, e também restaurar
tudo o que foi perdido por causa do pecado. Sua morte e ressurreição nos
redimiram da maldição da Lei. A maldição da lei para o casamento está em Deuteronômio
28:30-32, que diz: Desposar-te-ás com uma mulher, porém outro homem dormirá com
ela; edificarás casa, porém não morarás nela; plantarás vinha, porém não a
desfrutarás. O teu boi será morto aos teus olhos, porém dele não comerás; o teu
jumento será roubado diante de ti e não voltará a ti; as tuas ovelhas serão
dadas aos teus inimigos; e ninguém haverá que te salve. Teus filhos e tuas
filhas serão dados a outro povo; os teus olhos o verão e desfalecerão de
saudades todo o dia; porém a tua mão nada poderá fazer.
Jesus não
somente cancelou todas essas maldições da lei, como removeu os padrões do mundo
para o casamento, para união de uma só carne.
Agora, em
Cristo, o padrão do casamento volta a ser o foco no outro. Quando Cristo passa
a fazer parte do casamento, a união da alma é recomposta, e voltamos a
priorizar o outro.
Cristo devolve
a cada um de nós a capacidade de amar incondicionalmente, e voltamos a nos
relacionar para completarmos, e não para sermos completados. Assim, com Cristo
no centro do casamento, a união da alma
é restaurada, a união do corpo torna-se mais edificante e realizadora, e a união
do espírito torna-se possível e real.
CONCLUSÃO
Somente em
Jesus podemos desfrutar tudo o que Deus planejou para o casamento. Sem Jesus, o
casamento não passa de uma imitação, de uma deturpação do que Deus criou. Sem
Cristo, casamos para sermos realizados; em Cristo, somos realizados para casar,
e casamos para realizar.
Só Jesus é
capaz de mudar nossos corações. Tentar ser um marido melhor, tentar ser uma
esposa melhor, por nossa própria conta, por meio de técnicas e métodos humanos
são esforços que promovem mudanças exteriores, mas jamais alcança o objetivo
principal: mudança de coração.
Só Jesus pode
mudar os nossos corações.
Eu quero
ministrar na sua vida nesta noite.
Primeiro a você
que ainda não entregou a sua vida e o seu coração a Jesus. Nada disso faz
sentido se você ainda não tem Jesus como único Salvador e Senhor da sua vida.
Portanto, entregue sua vida a Ele agora.
Segundo, a você
que está namorando, pensando em se casar, eu quero dar uma oportunidade de
fazer um compromisso com Jesus, de fazer a coisa certa desde o começo. De
buscar ser a pessoa certa muito antes de encontrar a pessoa certa. De entrar no
casamento com a intenção de realizar, e não de ser realizado.
Terceiro, a
você que já é casado, e quer assumir diante de Deus o compromisso de deixar
Jesus ser o centro de sua vida conjugal a partir de hoje, sujeitando-se a Ele e
ao seu plano de completude e complementaridade, independente do seu cônjuge
fazer ou não esse compromisso junto com você.
Se você quer
assumir um ou mais desses compromissos com Jesus nessa noite, coloque-se de pé
onde você está, e nós vamos orar por você.
Que Cristo, em
sua infinita graça, nos abençoe sempre.
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