TOME CADA UM A SUA CRUZ, E SIGA-ME
TOME CADA UM A SUA
CRUZ, E SIGA-ME
Mateus 16:24-26
24Então
Jesus disse aos seus discípulos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se
a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. 25Pois quem quiser salvar a
sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa, a encontrará. 26Pois,
que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o
homem poderá dar em troca de sua alma?
INTRODUÇÃO:
O mundo é uma prateleira cheia,
repleta de variedades. Algumas ofertas são antigas, mas permanecem vivas, atraindo
os olhares cobiçosos; outras já ficaram meio que obsoletas, e vão sendo
atualizadas, ou substituídas por novas ofertas a cada dia. Certo é que sempre haverá
uma novidade para tentar atrair a atenção de cada um de nós para todas as “vantagens”
que há em experimentar as coisas desta vida.
É fato que nem tudo que a vida
nos oferece é ruim. Mas também é realidade que tudo aquilo que é muito ruim, e
que trará consequências amargas para nossa vida, não traz consigo esse aviso. Ao
contrário, sempre se apresentará como algo excelente, do qual nós precisamos, e
pelo qual devemos lutar.
Em outras palavras, enquanto nós
trabalhamos e lutamos para conquistar as coisas deste mundo, o mundo trabalha e
luta para nos conquistar.
E é por isso que a vida cristã
está obrigatoriamente atrelada a uma cruz.
Cruz é uma palavra que nos remete
ao sacrifício de Jesus para nos redimir e nos dar a vida eterna. Sempre que falamos
de cruz, lembramos de sacrifício, de morte.
Esses significados não estão
equivocados, mas há ainda um significado de cruz que nem sempre levamos em
consideração: domínio.
Enquanto estava pregado na cruz, Jesus
permitia que a mesma tivesse domínio sobre sua vida. E tal foi o domínio da
cruz, que ela chegou a ceifar a vida do Mestre. O grande autor da vida, por
alguns momentos, aceitou ter a sua vida dominada por uma cruz. E é por isso que
eu e você estamos aqui hoje, abundantemente vivos, e à espera da consumação da
nossa salvação, quando nos encontraremos com Jesus para morar eternamente com
Ele.
No texto que lemos, Jesus afirma:
“Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e
siga-me”.
O teólogo americano Walter J.
Chantry diz que “Com um grande coro de costumes, anúncios e tentações, este
mundo está chamando você a uma vida de autossatisfação. Sua carne é atraída a
este apelo e cairá com as sugestões do mundo. Mas o Senhor da glória o tem
chamado para uma vida de autorrenúncia, para uma cruz”.
Nesta noite vamos conversar por
alguns instantes sobre essa ordem de Jesus para todos aqueles que desejam segui-lo.
O que significa tomar a cruz? Quais as características dessa exigência de Jesus?
I – A EXIGÊNCIA DE LEVAR A
CRUZ É PESSOAL E UNIVERSAL
No texto que lemos, a princípio,
Jesus está conversando com os seus discípulos, o que leva alguns a entender
equivocadamente que Jesus estava se referindo ao martírio que seus apóstolos
enfrentariam após o seu retorno ao céu. Mas quando vamos para Lucas 14.25 e 27,
encontramos que:
25Uma grande
multidão ia acompanhando Jesus; este, voltando-se para ela, disse: 27E
aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo.
O texto fala de pessoalidade e
universalidade.
Tomar a cruz é pessoal
porque “aquele” que não carrega a sua cruz, não pode ser discípulo de Jesus.
Essa cruz não pode ser carregada por outro. É minha. É a minha cruz. Só eu
posso carrega-la.
A igreja, os irmãos, o Pastor
podem ajudar com intercessão, com apoio espiritual e emocional, palavras de
encorajamento, etc. Mas jamais haverá possibilidade de transferência de cruz.
Se você pretende ser um
discípulo de Jesus, ou mesmo se já afirma que o é, não negligencie a sua
responsabilidade pessoal e intransferível de tomar a sua cruz para seguir o
Mestre.
Mas além de pessoal, a exigência
de tomar a cruz é universal. Note que Lucas 14.25 diz que uma grande multidão ia
acompanhando Jesus, e ele se voltou para ela, ou seja, para essa grande
multidão, e afirmou que eles deveriam tomar a sua cruz para segui-lo.
Foi uma ordem dada a todo homem e
mulher que pretende seguir a Cristo. É o requisito universal. Vale para todos. Não
há exceções.
Infelizmente há crentes que ainda
não entenderam a necessidade de tomar a cruz, e permanecem divididos entre as
ofertas desta vida e os benefícios santos do reino de Deus. São pessoas que muitas
vezes têm uma ideia equivocada sobre o significado de tomar a cruz, e acreditam
que essa responsabilidade é dos religiosos, dos pastores, ou de alguém que foi
chamado para esse ministério especificamente.
Mas com certeza a ordem clara
de Jesus foi para mim e para você. É como se ele dissesse: “Edilson, se você
quiser ser meu discípulo, tome a sua cruz e siga-me”.
Mas o que é tomar e carregar a
cruz?
II – TOMAR A CRUZ É DAR A ELA
O CONTROLE DA NOSSA VIDA
Na cruz a vida de Jesus foi
entregue. Na cruz ele abriu mão da sua vontade. Na cruz ele renunciou a
qualquer direito, qualquer desejo, qualquer possibilidade. Na cruz ele entregou
tudo.
Tomar a cruz significa renunciar,
negar-se a si mesmo. É totalmente impossível a qualquer ser humano ser crente,
andar com Jesus, ter vida abundante, ser sal e luz deste mundo e abençoar pessoas,
sem que se renuncie a este mundo.
Não há vida cristã sem renúncia.
Como já dissemos no início desta mensagem, as prateleiras do mundo são vastas.
A bandeja passa pertinho de nós a todo momento, e cada vez com atrativos mais
voluptuosos. E é só estender a mão, e se deleitar em tudo que o mundo oferece.
E é justamente nesse momento que
precisamos decidir, se continuamos carregando a nossa cruz, ou se seguimos o
mundo até onde ele quiser nos levar. Uma decisão que não vale automaticamente para
a vida toda.
Decidir tomar a cruz é algo
contínuo, diário, permanente. É lembrar todo momento que no fim deste caminho chamado
Jesus Cristo há um paraíso com delícias inimagináveis que nem de longe se
comparam às ofertas deste mundo, e que não devemos nos distrair com os enganos
de satanás.
Você está carregando a sua
cruz hoje, neste momento?
Infelizmente muitos pregadores
hoje, com o objetivo de atrair cada vez mais pessoas para suas igrejas, têm
negligenciado em suas mensagens essa necessidade de renúncia. Com isso, tem
surgido e cada vez mais cresce uma geração de crentes fracos, sem consistência,
sem raiz espiritual, sem solidez, que são abalados por qualquer vento de
doutrina, e levados de um lado a outro como meninos inconstantes, que não são capazes
de experimentar uma vida que renuncia o eu e o pecado.
Para experimentar tudo o que o
reino de Deus oferece é necessário tomar a cruz. É necessário renunciar às
ofertas deste mundo. Não é possível navegar com os pés em duas canoas. Ou renunciamos
o mundo para viver para Cristo, ou rejeitamos a Cristo e nos entregamos ao
mundo. Mas é preciso lembrar, que o
resultado dessa escolha reflete na eternidade.
III - TOMAR A CRUZ É UM ATO
INTENCIONAL
O sacrifício de Jesus na cruz foi
intencional, voluntário e submisso. Gálatas 3.13 diz que “Cristo nos
resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós”
Não foi ninguém que fez, foi ele
que se fez. Ele escolheu. Ele tomou a decisão. Em Mateus 26:53, quando Pedro usa
de violência para tentar defender Jesus dos soldados que vinham prendê-lo,
Jesus o repreende e afirma: Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a
meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos?
Em João 10.18, falando de sua
própria vida, Jesus disse: “Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu
espontaneamente a dou”.
Tudo isso nos aponta para o aspecto
intencional da cruz.
E tal como Jesus, em relação à
sua cruz, a nossa cruz também é intencional. Não existe nenhuma imposição.
Ninguém é obrigado a tomar a cruz e levar. Ninguém é obrigado a fazer parte de
uma igreja. Ninguém é obrigado a estar no rol de Membros de uma igreja. Ninguém
é obrigado a andar segundo os ensinamentos de Jesus.
É uma decisão voluntária. É
intencional. É preciso querer. Tentar viver a vida cristã por obrigatoriedade
ou por imposição é transformar o próprio coração em uma escola de farisaísmo. É
por isso que dentro das igrejas há tanta gente que julga os outros, e que
aponta o dedo quando o outro peca. Isso se chama falta de cruz. Falta de
carregar a cruz. Isso é porque aquela vida está sendo induzida ou forçada a ser
“crente”.
Pode ser por causa do pai, da
mãe, do marido, dos parentes... pode ser porque esse foi o sonho de alguém,
pode ser por status, pode ser por necessidade, enfim, pode ser por “N” motivos.
E todos são motivos errados. A única razão correta, justa e digna para tomar
e carregar a cruz é a intencionalidade. “Eu quero, de fato, ser discípulo
de Jesus.”
CONCLUSÃO
Cruz significa, por fim, morte. É
preciso sacrificar na cruz tudo aquilo que não se parece com Deus, tudo aquilo
que não tem a natureza de Deus. O versículo 25 diz que “quem perder a vida por
minha causa, a encontrará”.
Na cruz é preciso perder a vida
mundana, é preciso matar nosso querer, nosso ego, nosso desejo de satisfação, nosso
olhar para o próprio umbigo, nosso sentimento de grandeza, nossa autoconfiança,
nossa autossuficiência.
Na cruz é preciso matar o velho
homem com todos os seus desejos, para que o Espírito Santo possa regenerar em
nós uma nova criatura, um novo homem, renascido no Espírito.
O que você ainda não deixou na
cruz? O que você ainda precisa renunciar? Entregue totalmente seu coração a
Jesus. Ofereça totalmente sua vida a Ele. Negue-se a si mesmo, tome a sua cruz,
e assim, siga o Mestre para o paraíso que Ele preparou para mim e para você.
Que Cristo, em sua infinita
graça, nos abençoe sempre!
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