A FÉ QUE CONDUZ À VIDA ETERNA

 A FÉ QUE CONDUZ À VIDA ETERNA 

   

“[...] porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia” (2Tm 1.12).  

 

Introdução 

 

O ano é 64 ou 65 depois de Cristo. Paulo está preso pela segunda vez, em Roma, quando escreve este texto a Timóteo, cerca de dois anos antes de ser morto.  

 

Diferente da primeira vez em que esteve preso em Roma, anos antes, Paulo desta vez não estava em prisão domiciliar. É provável que estivesse em uma uma masmorra. As prisões romanas eram desumanas. Não havia cuidado com a higiene, nem com a saúde dos presos. 

 

Eles via de regra passavam por privações, fome, frio, doenças... 

 

Se as celas já eram totalmente desumanas, ainda mais as masmorras.  

 

Geralmente nos subsolos dos palácios, os presos eram privados de visitas e até mesmo da luz do sol.  

 

Era nessa situação que Paulo se encontrava. Ao escrever sua carta para Timóteo, estava, provavelmente, passando frio (cf 2Tm 4.13,21).  

 

A essa altura Paulo tinha cerca de 60 anos. Era uma situação com um poder de enfraquecimento emocional enorme. E é nesse contexto que Paulo, inspirado pelo Espírito Santo de Deus, escreve a Timóteo uma das maiores declarações de fé que o Pai nos deixou nas Escrituras:  

 

“eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia”.  

 

Nesta noite quero conversar com você sobre a fé que conduz à vida eterna 

 

Onde você tem depositado sua fé? Em que a sua fé se baseia? O que você espera deste mundo?  

 

Hoje vamos aprender com Paulo dua características da fé genuína, verdadeira, que conduz à vida eterna. 

 

1. A fé que conduz à vida eterna não visualiza este mundo 

Paulo sabia que iria morrer em breve. No capítulo 4, versículo 6 ele afirma: “Eu já estou sendo derramado como uma oferta de libação. Está próximo o tempo da minha partida” (2 Timóteo 4:6). 

Dois anos depois esta palavra se cumpriu. Em 67 Paulo fora decapitado, por ordem do imperador Nero. 

Muitas pessoas podem pensar: “mas o que adiantou a fé de Paulo, se sua vida terminou de forma tão trágica?”  

Paulo não estava preocupado em salvar sua vida. Sua fé era maior do que isso. O Deus que ele servia, o Cristo a quem ele amava estavam para ele acima da vida e da morte.  

A fé de Paulo não visualizava a possibilidade de ser solto e escapar da morte, mas sim a certeza da vida que estava depositada em Cristo aguardando o que ele chama de “aquele dia”, ou seja, o dia do seu encontro com Jesus. 

O que a tua fé tem visualizado? O que você tem esperado? Em que você tem  depositado sua fé? Na possibilidade de prosperar? Na possibilidade de receber algo que melhore sua vida vida aqui nesse mundo? 

Paulo só visualizava o céu, a vida, a sua casa. O céu é a nossa casa, o nosso lar. Não é necessário ficarmos preocupados com as coisas daqui, pois todas vão passar. Nossa fé precisa apontar para nossa casa, que foi preparada por Cristo para cada um de nós. 

  

2. A fé que conduz à vida eterna importa-se somente com as coisas do reino 

 

Paulo estava preso? Jamais. Seu corpo estava aprisionado e aguardando o cumprimento da sentença. Mas sua alma estava totalmente livre, e seu espírito apenas aguardando ansioso aquele dia, para ir finalmente para casa.  

 

Ele está ansioso pelo encontro com Cristo, mas quer aproveitar cada minuto para proclamar a mensagem do Evangelho. Sua vida estava no fim, então o tempo era precioso. Em 2Tm 4.9-10 ele pede que Timóteo venha logo, e diz que os que estavam com ele, seus auxiliares, já não estão mais. E a obra do evangelho, o ministério da Palavra era a única coisa que importava para Paulo. 

 

Seu desejo de pregar o Evangelho e viver por Cristo é tão grande, que na oportunidade que teve de se defender, perante o julgamento de Roma, em vez de discursar em sua defesa, Paulo aproveita para pregar a Palavra.  

 

2Tm 4.16,17 ele diz: “Na minha primeira defesa, ninguém apareceu para me apoiar; todos me abandonaram. Que isso não lhes cobrado. Mas o Senhor permaneceu ao meu lado e me deu forças, para que por mim a mensagem fosse plenamente proclamada, e todos os gentios a ouvissem. E eu fui libertado da boca do leão”. 

Talvez por isso estivesse no corredor da morte. Mas o que é o corredor da morte para quem tem vida, a verdadeira vida que só tem quem conhece Jesus Cristo? 

Com o que você se importa? Qual é o seu assunto nas diversas oportunidades de interação que temos? Futebol? Política? Covid? Ou será que aproveita cada oportunidade para falar de Cristo e de sua graça maravilhosa? 

Paulo não perdia nenhuma chance. Ele era capaz de trocar sua oportunidade de defesa pela pregação do Evangelho da graça de Deus! 

Seu conceito de livramento nada tinha a ver com ser solto ou ter a vida poupada. Ele explica bem o que é livramento aos olhos de um homem de fé: “O Senhor me livrará de toda obra maligna e me levará a salvo para o seu Reino celestial. A ele seja a glória para todo o sempre. Amém” (2 Timóteo 4:18). 

Para quem você tem vivido? Para Jesus, ou para você mesmo? 

Se o seu trabalho lhe impede de viver para Cristo, você tem vivido para o seu trabalho. 

Se sua família lhe impede de servir a Cristo, você tem vivido para sua família. 

Se qualquer coisa entra na frente quando o assunto é servir ao Senhor, você não tem vivido para Cristo. 

 

Conclusão 

A fé que conduz à vida eterna não está preocupada em militar nas coisas deste mundo. O mesmo Paulo, escrevendo aos Gálatas diz que “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2.20).  

Nossa fé precisa apontar sempre para Jesus, e para o caminho de casa, e não para as intempéries desta vida.  

Nossa casa é o céu, e o caminho para lá é Cristo.  

Precisamos visualizar o céu, e não este mundo. Precisamos nos preocupar com as coisas do reino, e não com as deste mundo! 

Sejamos como Paulo. Tenhamos certeza de em quem temos crido, e tenhamos segurança de que Ele é poderoso para guardar nossa vida até o dia de nos encontrarmos com Ele.  

 

Que Deus nos abençoe